Dólar ou CDI? O que realmente venceu nos últimos 30 anos (e o que isso significa para você)
Nos últimos anos, a ideia de 'dolarizar tudo' virou tendência. Mas será que o dólar realmente é o melhor investimento? Analisamos 30 anos de dados desde o Plano Real.

Nos últimos anos, a ideia de "dolarizar tudo" virou tendência nas redes sociais. Influenciadores e "gurus financeiros" repetem que migrar 100% do patrimônio para o dólar é sinônimo de proteção, inteligência e enriquecimento.
Mas… será mesmo?
A EXL Trade analisou dados históricos desde o Plano Real para responder, sem achismo: o que deu mais resultado de verdade para um brasileiro — dólar ou CDI?
Dólar é investimento? Não exatamente.
Moedas fortes têm uma função clara: proteção, não crescimento. Dólar, franco suíço, euro… todos podem funcionar como hedge em momentos de incerteza, mas isso não muda uma verdade estrutural:
Moeda não é ativo de rentabilidade. É reserva.
Mesmo quando uma moeda parece se valorizar em relação à outra, essa valorização costuma ser aparente. O motivo? A própria inflação do país que se desvaloriza tende a compensar esse movimento ao longo dos anos.
Ou seja: o poder de compra final tende a se aproximar entre moedas, e não a enriquecer o investidor.
CDI vs. Dólar desde 1994: o resultado surpreende
Imagine que, em julho de 1994, logo após o nascimento do Real, você tivesse R$10.000.
Se aplicasse tudo em CDI e deixasse até 2024: ≈ R$760.000
Se trocasse tudo por dólar e guardasse até hoje: ≈ R$59.000
Sim, você leu certo:
O CDI rendeu quase 13 vezes mais que o dólar.
"Mas o dólar subiu!" — Nem sempre isso significa ganho real
Um exemplo simples:
Em 1996: R$1,00 = US$1,00
Em 2008: US$1,00 = R$1,70
À primeira vista, 70% de valorização do dólar parece excelente. Porém, nesse mesmo período, a inflação acumulada no Brasil passou de 140%.
Ou seja:
Em termos reais, quem guardou dólar perdeu poder de compra.
CDI: estabilidade e rentabilidade real
Mesmo atravessando crises, trocas de governo e oscilações cambiais, o CDI demonstrou algo raro em países emergentes:
- preservou patrimônio
- gerou ganho real
- superou o dólar por ampla margem
Da perspectiva puramente de retorno, os dados são diretos:
CDI > Dólar — e por larga distância.
Mas isso não faz manchete. Não vira meme. Não dá tendência no TikTok. Por isso muitos ignoram o óbvio.
A armadilha do "dolarize tudo"
Diversificar é essencial — mas radicalizar pode custar caro.
Manter 100% do patrimônio em dólar significa:
- perder oportunidades com alta rentabilidade real no Brasil;
- travar o capital em uma moeda que não remunera;
- depender apenas de ciclos políticos e cambiais para "ganhar" dinheiro.
Investir no exterior deve ser tratado como:
- **diversificação geográfica,**
- **não como aposta de rentabilidade.**
(O próprio investidor americano faz isso — ele investe fora dos EUA. Não porque o dólar é fraco, mas para reduzir risco.)
Então qual é o caminho inteligente?
✅ 1. Busque dados, não modinhas
Antes de seguir frases prontas, observe o histórico — e a matemática.
✅ 2. Combine rentabilidade real com proteção
O CDI entregou multiplicação real por décadas. O dólar entrega proteção em cenários específicos.
✅ 3. Use moeda forte de forma estratégica
Para diversificação geográfica, não para "ficar rico" parado em dólar.
✅ 4. E se quiser segurança internacional: pense maior
Ao invés de concentrar tudo no dólar — uma moeda de um país cheio de ciclos políticos — que tal considerar estruturas realmente seguras, como investimentos via Suíça?
Conclusão EXL Trade
O debate não é "dólar vs. CDI". É estratégia vs. modismo.
CDI venceu em rentabilidade ao longo de 30 anos. O dólar segue sendo excelente como hedge. Os dois têm função — e nenhum deles é solução milagrosa.
Investir bem é alinhar dados, estratégia e diversificação inteligente.
E isso, na EXL Trade, é regra.
